quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Anistia Internacional e Cruz Vermelha afirmam: existe uma guerra na Colômbia e as FARC-EP e ELN não são terroristas

Cruz Vermelha reconhece conflito armado na Colômbia

Yves Heller, porta-voz da Cruz Vermelha Internacional (CICR) na Colômbia, sustenta que nesse país existe uma guerra e as duas partes devem respeitar os princípios de direito humanitária. "Aqui, o Estado está se enfrentando com grupos armados organizados que têm um certo controle de um território, que estão gerando conseqüências humanitárias, que exercem operações militares fortes, e que têm um certo comando, certa organização militar. Por isso, para a Cicr existe na Colômbia um conflito armado interno e deve se aplicar o protocolo II de Genebra nestas situações", disse Heller.

Essa posição expressada pela Cruz Vermelha implicaria no reconhecimento da beligerância das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exército do Povo (Farc-EP) e do Exército de Libertação Nacional (ELN) no conflito interno colombiano. Assim informou o jornal argentino Página 12, que publicou uma matéria na qual o portavoz também se ofereceu às Farc para visitar seus acampamentos para verificar o estado de saúde dos reféns.

De acordo com o jornal Página 12, Heller fez estas declarações sobre "os propósitos e as missões que se apresentam em meio a guerra que se vive em campos e cidades colombianos, sobre a existência de um conflito interno no país - ainda que o presidente Álvaro Uribe não o reconheça - e das regras de jogo em conflito, sejam ou não das organizações armadas declaradas terroristas".
O jornal argentino destaca também que, para o porta-voz da Cruz Vemelha, o dia da libertação de Clara Rojas e Consuelo Gonzáles de Perdomo "é uma mostra a mais de que na Colômbia se existe um conflito armado interno, diferente do que o presidente (Álvaro) Uribe tem dito reiteradas vezes, colocando a situação do país de ‘ameaça terrorista’ e os guerrilheiros como ‘terroristas numa democracia’ em vez de ‘insurgentes contra uma ditadura’ "

O porta-voz acrescentou; "Não é porque existem uns grupos armados organizados que estão cometendo atos que se chamam terroristas que não existe uma aplicação do Direito Internacional Humanitário (DIH). O Estado e os grupos armados como as Farc e o ELN têm a obrigação de respeitar o DIH".

"Hoje, por exemplo, existe, mais ou menos duas mil pessoas que estão sendo deslocadas em Arauca (ao norte, no limite com a Venezuela), por conta dos efeitos do conflito. Isso mostra que há uma situação grave: o conflito provocou entre dois e três milhões de pessoas que tiveram que sair de suas casas, milhares de pessoas desaparecidas, centenas de reféns", relatou Heller.

Fonte: ABN
Anistia Internacional rebate críticas de Uribe

A Anistia Internacional (AI) rebateu nesta segunda-feira as críticas do presidente colombiano Alvaro Uribe, que repreendeu a organização internacional de defesa dos direitos humanos, por ela se negar a classificar as guerrilhas das Farc de “terroristas”. “Parece-me que quando a Anistia Internacional diz que (o grupo das Farc) não é terrorista, e sim uma oposição armada, desconhece a legislação internacional”, disse Uribe no sábado, véspera de sua viagem a Paris, na primeira etapa de uma turnê pela Europa.

Em comunicado publicado nesta segunda-feira, a AI assinala que seu objetivo “segue sendo que se encerrem as violações dos direitos humanos cometidas por todas as partes do conflito interno colombiano” e que “há maiores possibilidades de se obter esse objetivo ao se levar em conta as ações de um grupo do que sua denominação”. “Ao invés de se prender em um debate semântico sobre como classificar as Farc, o governo colombiano deveria se preocupar que as partes envolvidas no conflito, seja a guerrilha, os paramilitares ou as forças de segurança, seguem ignorando os direitos humanos e a legislação humanitária internacional”, afirma a AI.

Segundo a Anistia, a guerrilha, os paramilitares e as forças de segurança são responsáveis pela morte e o desaparecimento de milhares de civis todo o ano e recorda que há milhões de desabrigados, como resultado direto do conflito. A AI recorda que o governo colombiano tem afirmado que não existe um conflito armado e sim uma guerra contra o terror, mas que essa é uma “interpretação rejeitada por inúmeros organismos internacionais como o Comitê internacional da Cruz Vermelha e o Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos”.

Fonte: France Presse

sábado, 19 de janeiro de 2008

Existe uma guerra na Colômbia?

Existe uma guerra em curso na Colômbia?

Marcelo Buzetto
[i]

A questão da libertação das “reféns” que estavam sob a guarda das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exército do Povo (FARC-EP), intermediada pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, gerou polêmicas e estimulou o debate sobre a natureza do conflito colombiano.

Desde 1948 existem, na Colômbia, movimentos guerrilheiros organizados por camponeses e trabalhadores. O aumento da repressão, da perseguição política e dos constantes assassinatos de lideranças populares, aliado à completa ausência de liberdades democráticas, tais como a liberdade de expressão e de opinião, a liberdade de organização sindical e partidária, além das violações contra os direitos humanos criou as condições necessárias para o acirramento do conflito naquele país.

Entre 1948 e 1964 começam a se desenvolver novas formas de luta e de protesto em toda a América Latina e, após a vitória da Revolução Cubana em 1959, muitos movimentos organizados decidem seguir o caminho da luta guerrilheira como mais uma forma de enfrentamento contra os interesses da classe dominante em seu país. É o que ocorre também na Colômbia.

Durante os anos 60 e 70 observamos a multiplicação de organizações político-militares de esquerda em todo o continente. Só para citar algumas: Ação Libertadora Nacional (ANL-Brasil), Exército Revolucionário do Povo (ERP-Argentina), Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR-Chile), Movimento de Libertação Nacional-Tupamaros (MNL-T, Uruguai), Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN- Nicarágua), Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN- El Salvador), entre outros.

Na Colômbia, em 1964, nascem as duas mais importantes (mas não as únicas) organizações político-militares de esquerda: FARC-EP e Exército de Libertação Nacional (ELN). Elas se estruturam como uma força política e militar, com seus membros identificados pelos uniformes e símbolos, com responsáveis que assumem publicamente a representação da organização perante a sociedade ou os governos locais, regional ou nacional, portanto, esse tipo de organização adotada pelas FARC-EP e ELN faz com que lutem pelo reconhecimento internacional de que as mesmas são forças beligerantes, insurgentes, e não organizações terroristas ou criminosas.

Esse tipo de situação não é exclusiva da Colômbia. Nas relações internacionais contemporâneas, tivemos condições de observar inúmeras situações de conflito que começaram com a luta armada ou a guerra de guerrilhas e, depois de algumas décadas, chegaram a soluções políticas. Em muitas situações os problemas econômicos e sociais enfrentados pela população mais pobre, apesar do fim da guerra e da luta armada, continuaram existindo, ou até aumentaram. Portanto, o fim de uma guerra ou de um conflito armado entre forças políticas e sociais contrárias não significa a resolução dos problemas que eram identificados como sendo a causa desses mesmos conflitos.

Podemos citar alguns casos, tais como: 1) reconhecimento como força beligerante e movimento legítimo de luta pela libertação nacional da OLP (Organização Para Libertação da Palestina), que em 1974 foi convidada para participar numa sessão da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), e seu líder Yasser Arafat teve o direito de falar e explicar a situação de seu povo para o mundo; 2) a situação da Irlanda do Norte, onde o reconhecimento do Exército Republicano Irlandês (IRA), por parte do governo da Inglaterra, como uma força política-militar representante de um setor importante do povo irlandês levou a negociações que permitiram a incorporação de muitos guerrilheiros à luta política-institucional através do partido político Sinn Fein (expressão político-partidária daquele movimento guerrilheiro); 3) o passado recente da Colômbia, onde organizações guerrilheiras aceitaram se desarmar e se transformar em partido político (como foi o caso do Movimento Revolucionário 19 de Abril – M-19, que aceitaram uma anistia e depuseram as armas em 1989. O M-19 e a União Patriótica, organizações políticas formadas por ex-guerrilheiros tiveram mais de mil membros assassinados entre 1989 e 1999, o que fez com que as FARC-EP e ELN sempre olhassem com desconfiança as propostas de desarmamento e negociação do governo colombiano) ou a retomada das negociações com o governo para uma solução política para o conflito armado (como ocorreu com o antecessor de Álvaro Uribe, Andrés Pastrana, presidente colombiano que desmilitarizou uma área de 42 mil km² para as FARC-EP e uma de 5 mil km² para o ELN, e iniciou a negociação com a guerrilha).

As situações acima demonstram a incoerência e o equívoco das afirmações do atual presidente da Colômbia, que insiste em não levar o país para um processo de debate onde as organizações político-militares sejam reconhecidas como uma força real e com um projeto político que sugere radicais transformações econômicas e sociais.

A saída política para um conflito armado não é, em nenhuma situação, a garantia de que acabem os conflitos. A pobreza, o desemprego e as inúmeras injustiças sociais presentes no processo de desenvolvimento do capitalismo naquele país não desaparecerão, mesmo se houver uma saída negociada para o enfrentamento militar em curso. E é inegável que os problemas econômicos, sociais e políticos vividos pelos pobres da Colômbia tiveram (e tem) um papel determinante na origem e existência do tipo de situação pela qual hoje passa aquele país e aquele povo, portanto, esse é um fator que não poderá ser desconsiderado.

Enfim, existe, de fato, uma guerra?

Procurando resposta à pergunta feita no início deste texto, buscamos nos clássicos do pensamento estratégico a definição da guerra e suas modalidades. Segundo Clausewitz, “A guerra é, pois um ato de violência destinado a forçar o adversário a submeter-se à sua vontade (...) a guerra não é somente um ato político, mas um verdadeiro instrumento político, uma continuação das relações políticas, uma realização destas por outros meios” (Clausewitz, 1996:7 e 27). Já Mao Tsé Tung afirmava que “A guerra é a continuação da política. Nesse sentido a guerra é política e é, em si mesma, um ato político; desde os tempos mais antigos, nunca houve uma guerra que não tivesse caráter político (...) O objetivo da guerra não é outro senão “conservar as próprias forças e destruir o inimigo” (destruir o inimigo significa desarmá-lo ou “privá-lo da capacidade de resistir”, e não, destruir fisicamente todas as suas forças (...) A conservação das forças próprias e a destruição do inimigo, como objetivo da guerra, constituem a própria essência da guerra e o fundamento de todo e qualquer ato de guerra. Essa essência da guerra está presente em todas as atividades, desde o domínio da técnica ao domínio da estratégia” (Tsé Tung, 1975:241;247-249).

Também Ernesto Che Guevara, um dos ideólogos dos movimentos guerrilheiros na América Latina, segue o caminho Clausewitz, pois quando escreve seu texto Guerra de Guerrilhas: um método, afirma que “a guerra é sempre uma luta onde ambos os contendores tentam aniquilar um ao outro. Além da força, apelam para todos os subterfúgios, recorrem a todos os truques possíveis para conseguir este resultado” (Guevara, 1968:50). Nesse sentido, é possível responder positivamente à pergunta se existe uma guerra em curso na Colômbia.

Se há uma situação de guerra, resta definir que tipo de guerra, qual é a natureza desta guerra e quais são as forças envolvidas na mesma[ii].

Se considerarmos a existência de uma guerra civil, onde forças que representam e/ou apóiam o governo e a classe dominante se chocam com forças que representam e/ou apóiam a classe trabalhadora, teremos que deixar de lado a ingenuidade e reconhecer que não existem “reféns” ou “seqüestrados”, mas sim prisioneiros políticos, prisioneiros de guerra, que precisam ser tratados, por ambos os lados, de acordo com as convenções internacionais que tratam da guerra e os princípios do direito internacional humanitário.

A imprensa internacional tem falado muito dos presos mantidos pelas FARC-EP, mas silenciam diante da situação dos presos políticos mantidos no cárcere em condições subhumanas pelo governo do presidente colombiano Álvaro Uribe. Existem centenas ou milhares de cidadãos colombianos que são presos políticos, e nem todos são membros das organizações guerrilheiras. Existem sindicalistas, estudantes, camponeses, membros de movimentos de defesa dos direitos humanos, todos presos por expressar de diversas maneiras sua crítica com relação ao governo de Álvaro Uribe.

Portanto, podemos constatar que não existem liberdades democráticas na Colômbia. Talvez seja o país da América do Sul onde o processo de criminalização das lutas e movimentos sociais tenha alcançado o grau mais elevado de radicalidade.

Se existe uma guerra na Colômbia, ela é uma “guerra justa” ou uma “guerra injusta”?

Segundo Volcogónov, “O conteúdo político da guerra e sua avaliação social como justa ou injusta estão organicamente ligados entre si. A avaliação moral dos fenômenos históricos da sociedade burguesa tem sempre um sentido político de classe. Por isso a natureza classista da guerra é expressa pela sua caracterização político-moral. Esta caracterização não é arbitrária, ela expressa o papel objetivo de cada guerra nas condições históricas concretas. As guerras justas e injustas distinguem-se pelas suas metas progressistas ou reacionárias, libertadoras ou conquistadoras, das partes beligerantes (...) Qualquer guerra travada por um povo em nome da liberdade e do progresso social, pela libertação em face de exploração e do jugo nacional ou em defesa da sua independência estatal, contra um ataque agressivo, é uma guerra justa. Pelo contrário, qualquer guerra desencadeada pelos imperialistas com a finalidade de conquistar territórios alheios, de subjugar e pilhar outros povos, é uma guerra injusta (Volcogónov, 1978:60 e 61).

Dentro dessa análise classista sobre a guerra, as guerras de libertação nacional ou guerras revolucionárias se enquadrariam no campo das guerras justas, pois “o conceito de guerra de libertação nacional refere-se, primeiro, às guerras que começam como insurreições dos povos escravizados contra seus opressores, quando os patriotas são obrigados a pegar em armas depois de se terem esgotadas todas as possibilidades de oposição pacífica (...) As guerras de libertação nacional, tal como as guerras civis das classes oprimidas contra os exploradores, são sempre justas na sua essência e surgem como resposta à política imperialista de opressão nacional e social assente na violência mais bruta” (Dolgopólov, 1986: 43 e 52).

Não consideramos possível compreender profundamente o que está em jogo na Colômbia de hoje se fizermos análises influenciadas pelo desconhecimento, pelo preconceito, pela má fé, pela ingenuidade e pelo idealismo.

Não há saídas simplórias para o conflito na Colômbia. A situação exige bastante cautela e maturidade política das forças que se colocam no campo democrático, popular e socialista. Temos a certeza de que o povo colombiano e suas organizações representativas, principalmente as que defendem a classe trabalhadora, terão lucidez e coragem para continuar nesta luta pela paz e pelas transformações sociais. Certamente contarão com iniciativas importantes como foi (e é) a atuação do presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez, e com a solidariedade de todos aqueles e aquelas que se mobilizam para construir um mundo sem imperialismo e sem guerras.

Bibliografia
CLAUSEWITZ, Carl Von. (1996). Da guerra. São Paulo, Martins Fontes.
DOLGOPÓLOV, E.. (1986). As guerras de libertação nacional na etapa atual. Moscou, Edições Progresso.
GUEVARA, Che. (1968). Guerra de Guerrilhas: um método. Editora Base.
TSÉ TUNG, Mao. (1975). “Sobre a guerra prolongada”. In: Obras escolhidas, Tomo II. Pequim, Edições em Línguas Estrangeiras.
VOLCOGÓNOV, D.. (1978). A doutrina marxista-leninista sobre a guerra e o exército. Moscou, Edições Progresso.

[i] Professor do Centro Universitário Fundação Santo André (CUFSA) e da Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), coordenador do Núcleo de Estudos Latino-Americanos (NELAM-CUFSA), doutorando em Ciências Sociais pela PUC/SP, membro do Núcleo de Estudo de Ideologias e Lutas Sociais (NEILS/ PUC-SP), São Paulo, Brasil.
[ii] Um debate sobre este tema pode ser encontrado em Buzetto, Marcelo, As guerras de libertação nacional e o processo de expansão mundial do capital, revista Lutas Sociais, n. 11/12, São Paulo, NEILS/PUC-SP, 2004.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Dom Tomás Balduíno defende movimentos sociais e critica o governo Lula e o agronegócio


Revista Isto é - Edição 1993 - 16/01/08

Entrevista com Dom Tomás Balduíno


''Lula esgotou-se''

Ex-aliado do PT, bispo diz que governo e movimentos sociais se opõem em temas como biocombustíveis e reforma agrária

Por AZIZ FILHO

O bispo emérito de Goiás, dom Tomás Balduíno, se mantém, aos 85 anos, como uma das vozes mais contundentes da esquerda da Igreja Católica. Fundador do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), cofundador e ex-presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), o antigo "companheiro de viagem" do PT critica a moderação de Lula no poder, defende com unhas e dentes a reforma agrária e justifica as ações violentas do Movimento dos Sem-Terra com um ditado popular que pode soar polêmico: "A violência é legítima quando a mansidão é vã."
Em entrevista à ISTOÉ, dom Tomás alerta para a tensão no Pará, elogia Hugo Chávez e diz que o presidente Lula não gera mais nenhuma expectativa de mudança no País. "Lula esgotou-se", diz. O religioso usa a bússola ideológica ao analisar a sucessão de 2010, e cita nomes que gostaria de ver no Planalto. Pelo PT, o senador Eduardo Suplicy. Pelo PMDB, o senador Pedro Simon. Pelo PSDB, torce para que José Serra, por suas "tendências esquerdistas", vença a disputa com Aécio Neves.

ISTOÉ - O fim da CPMF foi bom para o Brasil?
Dom Tomás Balduíno - Foi uma perda lamentável porque o País perdeu seu melhor instrumento para arrecadar o dinheiro dos ricos. Essa derrota aconteceu porque o governo não abriu os olhos da sociedade para este fato. Até porque estava tirando dinheiro dos ricos para dar para outros ricos, tirava dos bancos para dar aos bancos, pagando a dívida. Por isso, ficou sem força moral para mostrar ao povo como essa arrecadação era eficaz.

ISTOÉ - Taxar operações financeiras é uma boa saída? D
Dom Tomás - É uma medida positiva, mas continua faltando ao governo um diálogo com a base do povo. O governo perdeu essa prática. Todo governo com base popular tem condições de conscientizar a população quando entra em confronto com a classe exploradora. Lula manifestou que não tem mais essa condição. Ele se beneficia de uma forte aceitação popular, mas não dialoga com o povo.

ISTOÉ - O governo Lula combateu mais o latifúndio do que os antecessores?
Dom Tomás - Na luta contra o latifúndio, Lula não fez diferença nenhuma. É verdade que ele não reprimiu os movimentos sociais, como o Fernando Henrique, e dialogou, não fechou as portas. Mas o que realmente avança no País não é o social. É o mercado, o capital. Lula não está avançando nas desapropriações. Pelo contrário. O curso dado ao agronegócio está reduzindo o espaço da reforma agrária. As desapropriações estão muito aquém das metas que ele mesmo traçou. Hoje, reforma agrária é um assunto que saiu de pauta, de cogitação.

ISTOÉ - Não seria pelo fato de a mecanização rural ser obrigatória para a inserção do País no comércio mundial?
Dom Tomás - Se pautarmos nosso desenvolvimento pelos olhos europeus, pode ser, mas é preciso ver nossa realidade, conseguir respostas a partir dos anseios das massas brasileiras. O neoliberalismo é predador, devastador. Pode ser que favoreça as minorias ricas e o mundo europeu, mas aqui tem aumentado a disparidade, a desigualdade. O governo Lula, que é de aliança com o capital, se sente estimulado pelas forças que têm poder de comando na sociedade. Vai em outra linha que não é a de atender aos apelos das massas populares. Nosso universo é outro, é o do camponês, do indígena, do latino-americano, que conserva sua mística, sua grandeza.

ISTOÉ - As invasões da Vale do Rio Doce e de hidrelétricas não põem a opinião pública contra o movimento camponês?
Dom Tomás - Não condeno essas ações. São violentas, sim, mas o objetivo é criar impacto, como no caso das sementes de eucalipto da Aracruz Celulose. Eles reclamam, mandam correspondência, reivindicam, fazem requerimentos, e não são vistos, nada acontece. Quando quebram uma vidraça, aí aparecem. Tenho o máximo de respeito e admiração pelos que arriscam a pele em ações desse tipo.

ISTOÉ - Mas não é um caminho semelhante ao do terrorismo? Atos violentos para chamar a atenção?
Dom Tomás - Não. É outra coisa. "A violência é legítima quando a mansidão é vã", diz um ditado, uma dessas grandes obras da humanidade sem autoria conhecida. Diante de governantes surdos, só mesmo uma sacudidela violenta.

ISTOÉ - Quem seriam os candidatos em quem o sr. votaria em 2010?
Dom Tomás - Quero votar em um candidato que reúna condições. Muita gente olha para a figura do Eduardo Suplicy, não por ser do PT, mas por ser ele, até por ter divergido da cúpula do partido, por ser voto vencido. É difícil encontrar outro homem com essa estatura e projeção. Mas para ser candidato é preciso ter outras qualidades além da moral e do amor à pátria, precisa ter possibilidade de comunicação, diálogo. Dificilmente Suplicy seria o candidato do PT, mas ele reuniria muita gente, até de outras agremiações.

ISTOÉ - O sr. pode votar no PSDB?
Dom Tomás - Não vejo essa possibilidade por uma questão ideológica. É um partido elitista, de direita. Se o José Serra conseguisse se libertar das amarras da estrutura, poderia responder melhor às exigências de libertação, um ideal da esquerda. Já o Aécio Neves, eu não acredito que se liberte da direita, por uma opção pessoal e partidária.

ISTOÉ - Caso a idéia de um terceiro mandato para Lula volte à agenda política, o sr. poderia apoiá-la?
Dom Tomás - Lula esgotou-se. Não falo por mim, mas pelas organizações populares que conheço. Não se pensa em manter Lula para mudar, melhorar o País. Vamos viver o pós-Lula brevemente. Como vai ser, eu não sei, mas não há expectativa de nova eleição de Lula. Talvez isso possa ser negociado pelas cúpulas, mas não como força popular. O movimento popular não vê Lula continuando, não quer um terceiro mandato. Isso não quer dizer que queiramos esses outros candidatos que estão aparecendo por aí. Há uma perplexidade geral com relação ao futuro. Ainda não surgiu o estalo.

ISTOÉ - Por que o sr. está tão decepcionado com o governo?
Dom Tomás - Havia a expectativa daqueles anos de caminhadas das organizações populares, que se aglutinaram, criaram um partido, sonharam com a chefia do governo. Hoje o clima é de decepção, desalento, até de paralisia. Eu esperava muito mais de Lula e não sou só eu. Todas as organizações do campo esperavam mais da recuperação do instrumental que é o Incra, na atualização dos critérios e índices de produtividade e do limite da propriedade para fins de desapropriação. Tudo isso favoreceria uma reforma agrária, que tem sido tocada como uma medida compensatória, ou seja, onde há um conflito, o governo vai e desapropria. Isso não é reforma agrária.

ISTOÉ - O sr. tem esperança de que o País mude de rumo?
Dom Tomás - A esperança não morre nunca. Olhando pelas bases do povo, da sociedade, que conserva o vigor do povo latino-americano, vejo que há um potencial, um cabedal de vida, de transformação, que aponta para um futuro diferente. Isso já está presente nos diversos fóruns sociais e nos encontros e assembléias das organizações camponesas. Temos os levantamentos no Equador, na Bolívia, na Venezuela. O povo está muito vivo, apesar de séculos e séculos de dominação da elite, de formação do Estado a serviço da elite, que é o que temos.

ISTOÉ - A única alternativa da América Latina ao capitalismo seria o populismo ou personalismo, como o de Hugo Chávez na Venezuela?
Dom Tomás - Não chamo de populismo, mas de liderança carismática, que Lula também é. Em termos de organização popular, temos mais cabedal do que qualquer país latino-americano. Acho essa mobilização boa, válida, necessária, mas chega um momento em que é preciso haver uma liderança de consenso da maioria. Podem chamar de populismo ou sei lá o quê, mas tem de ser assim. No caso da Venezuela, é o Chávez. Ele tem seus defeitos, mas responde em grande parte a demandas dessas bases populares, contrariando os interesses das elites, que gostariam de vê-lo morto, e do próprio império americano. No caso da Bolívia, essa liderança é o Evo Morales.
ISTOÉ - Por que o sr. é contra a transposição do São Francisco?
Dom Tomás - Pelas mesmas razões de dom Luiz Flávio Cappio (bispo de Barra, na Bahia) e de uma centena de bispos. A transposição é para a elite rica e não vai matar a sede da difusa população nordestina do semi-árido. Vão fazêla para os projetos de exportação de frutas para a Europa, de caranguejos em cativeiro e para a irrigação da cana, além dos grandes centros urbanos. Existe uma alternativa elaborada pela Agência Nacional de Águas, muito mais barata, com recursos locais. É basicamente água de chuva, com o aproveitamento do subsolo e, sobretudo, agenciamento das águas. As águas acumuladas em açudes evaporam sem um serviço de distribuição para quem precisa delas. É três vezes mais barato do que este projeto faraônico que não beneficia a população. Esse negócio de dizer que vai para 12 milhões não é verdade. Vai é para a elite. O outro, mais simples, poderia beneficiar 44 milhões.

ISTOÉ - E por que o governo não optaria por este projeto alternativo?
Dom Tomás - Ele foi abafado pelo próprio governo. No semi-árido brasileiro chove muito mais do que em outros semiáridos. Na Espanha, há uma área semelhante em que o pessoal vive bem porque a água foi racionalizada, com um sistema de atendimento adequado à população. Aqui a cultura é do desperdício de água, mesmo no Nordeste. Quando se fala em retomada do serviço da água, é na mesma linha da indústria da seca, que canaliza o dinheiro para a elite.

ISTOÉ - Exportação e agronegócio não geram empregos para os nordestinos?
Dom Tomás - Todo projeto gera emprego, mas estamos falando de água. Uma coisa é aumentar um bolo para depois, quem sabe, dividi-lo. Outra é levar a água diretamente à população que dela precisa. A água da transposição seria excessivamente cara, bombeada a 300 metros de altura para alimentar três Estados. Seria a água mais cara do mundo.

ISTOÉ - O governo Lula reduziu o conflito no campo?
Dom Tomás - O conflito continua intenso, sobretudo no Norte. No Pará, o resultado do projeto Paz no Campo, da governadora Ana Júlia Carepa (PT), foi a prisão de 200 lavradores em 2007, com violência policial muito forte. Foi um desarmamento dos lavradores pedido pelos fazendeiros, que queriam vacinar seu gado e eram atrapalhados pelas ocupações. O governo pôs a polícia para apoiar os fazendeiros. O lavrador é visto como bandido. Coincidentemente, em uma dessas batidas a polícia encontrou um arsenal de guerra de um fazendeiro. Isso acaba dando em guerra.

ISTOÉ - O governo não diminuiu o índice de mortes nos conflitos?
Dom Tomás - Diminuiu um pouco, mas há uma tensão crescente, sobretudo no Pará, pelo fato de o Incra estar criando assentamentos em terras públicas distantes, insalubres, com malária, em florestas primárias. Isso não é futuro para a reforma agrária, pois acaba beneficiando as madeireiras e contrariando a vida dos ribeirinhos. Interessante é que, em vez de desapropriar áreas próximas aos centros de consumo e escolas, hospitais, o governo faz a reforma agrária no sentido da deportação para longe. É a reforma agrária como deportação. Isso gera tensão e perpetua o trabalho escravo.

ISTOÉ - O agronegócio mecanizado, no mundo todo, é um importante gerador de divisas. No Brasil é diferente?
Dom Tomás - Ele toma a terra que poderia ser da reforma agrária para produzir etanol, para exportar. É um retrocesso, uma volta ao sistema colonial de exportação.

ISTOÉ - Mesmo que o etanol reduza a poluição, o saldo da cultura da cana é negativo?
Dom Tomás - No sentido da terra, é negativa a chamada "energia limpa". A Via Campesina diz que ela é limpa do cano de descarga do carro para fora. Até chegar lá, é tão suja que inclui até trabalho escravo. Retira a terra de quem precisa dela para viver. E agride o meio ambiente transformando a mata em monocultura. O cerrado, que equilibra o planeta e é a caixa-d'água das nossas bacias hidrográficas, está sendo transformado na monocultura de eucalipto, cana, soja ou algodão. O etnol compensa para o mercado do Primeiro Mundo, que está precisando de energia para seus motores, mas de nós ele tira a chance de solucionar nossos problemas. O agronegócio tem um valor importante, mas não pode ser prioridade da política pública para o campo.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Bolívia: metodologia cubana na luta contra o analfabetismo


Bolivia en 2008, libre de analfabetos

Mariam Fernándes Martín

Unas 400.000 personas –de las cuales 3.500 lo han hecho en aymará y 3.000 en quechua– han aprendido a leer y escribir con el programa ‘Yo, sí puedo’, que el Gobierno de Evo Morales ha institucionalizado desde marzo de 2006. El objetivo, declarar al país andino libre de analfabetismo en marzo de 2008.

Este programa fue creado por la profesora cubana Leonela Relys. A través de 65 clases audiovisuales, enseña en tres meses a leer y a escribir, asociando a cada letra un número. En 2006 recibió el premio de alfabetización Rey Sejong de la UNESCO. Fue utilizado por primera vez en Haití en 2002 por brigadas de alfabetización cubanas. En Venezuela, acabó con el analfabetismo en octubre de 2005. Tras dos años y cuatro meses fueron alfabetizadas un millón y medio de personas, 70.000 de ellas indígenas. Los profesores son estudiantes, maestros y voluntarios. La campaña se realiza tanto en ciudades como en comunidades rurales, “donde pese a las distancias y las malas infraestructuras es mas fácil alfabetizar ya que los iletrados de las ciudades tienen vergüenza de admitirlo”, explica Teresa, licenciada cubana. Las mujeres son mayoría en las aulas donde se imparte este proceso de alfabetización.

La prioridad de la educación El programa se lleva a cabo a nivel local o regional en 20 países como Nicaragua, Argentina, Brasil, Mozambique o Angola. Pero en Bolivia, como en Venezuela, se lleva a cabo de forma gubernamental, ya que el presidente Morales asumió la alfabetización del país como uno de sus principales objetivos. Además, cuenta con el apoyo de los gobiernos de Venezuela y de Cuba, que le prestan tanto profesionales de la educación, como gafas, paneles solares para las comunidades sin electricidad o camionetas.

‘Yo, sí puedo’, además de eliminar el analfabetismo pretende elevar la autoestima de los alfabetizados con una entrega de diplomas al finalizar el proceso. Si en un territorio o municipio más del 96% de la población sabe leer, según la UNESCO está libre de analfabetismo. Bolivia ya ha declarado 107 municipios libres de este grave problema, otorgándoles un certificado, una placa e izando la bandera blanca de libre de analfabetos. Y en marzo de 2008 espera declarar libre de analfabetismo a todos sus municipios. Los retos para el futuro del programa ‘Yo, sí puedo’ son los de traducirse a otros idiomas y adaptarse a nuevas realidades, pero para la alfabetización las dificultades son muy antiguas, tanto como la pobreza, la marginación, el machismo y la idea de los poderosos de que un pueblo inculto es un pueblo manejable.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Chávez e Senadora colombiana Piedad Córdoba comemoram êxito da operação humanitária


Vídeos sobre a Operação Humanitária coordenada pelo governo venezuelano: entre no sítio www.aporrea.org e veja os principais momentos da libertação das colombianas Clara Rojas e Consuelo González.
Bienvenida a la libertad dio Presidente Chávez a liberadas por las FARC en el Palacio de Miraflores

Por: Ora/VTV Fecha de publicación: 10/01/08

Bienvenida a la libertad dio Presidente Chávez a liberadas por las FARC



Credito: VtvCaracas, 10 de enero de 2008 / En el Palacio de Miraflores, el Presidente Hugo Chávez recibió a Clara Rojas y Consuelo González acompañadas de sus familiares, así como a la senadora colombiana Piedad Córdoba, tras su llegada a Venezuela provenientes del aeropuerto de Maiquetía.A las 5:31 pm., aproximadamente una hora después de tocar tierra venezolana en el aeropuerto de Maiquetía, las ciudadanas colombianas liberadas en la selva de San José de Guaviare por la patrulla de la guerrilla armada del vecino país, abrazaron al mandatario nacional efusivamente. El presidente Chávez les dio la bienvenida correspondiendo a la emoción de las visitantes, y cargando en sus brazos a la nieta de Consuelo González.La sencilla ceremonia, realizada por demás en un día soleado y agradable, incluyó una parada militar, que interpretó los himnos nacionales de Colombia y Venezuela.

La fuente original de este documento es: Venezolana de Televisión (http://www.vtv.gov.ve)

'Chávez, no baje la guardia' le pidió Consuelo González al presidente venezolano al ser liberada

Por: Agencia Bolivariana de Noticias (ABN) Fecha de publicación: 10/01/08

Credito: AgenciasCaracas, 10 Ene. ABN.-No bajar la guardia y continuar la gestión por la operación humanitaria fue la petición realizada por Consuelo González de Perdomo al presidente de la República Bolivariana de Venezuela, Hugo Chávez, al momento que fue liberada por las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia (Farc). “Muchas gracias, Presidente, no baje la guardia. Es un mensaje que les envían los otros que se quedaron. Nos está ayudando a volver a vivir”, dijo González de Perdomo al hablar por radio con el Jefe de Estado venezolano. Por su parte, Clara Rojas, quien también fue liberada este jueves, agradeció al presidente venezolano, al tiempo que expresó la emoción que sintió cuando observó la presencia de los helicópteros que se dispusieron para recogerlas en el territorio colombiano.
“Gracias, presidente Chávez, estamos profundamente emocionadas, desde que vimos los helicópteros. Estamos renaciendo”, dijo Rojas. Los dos helicópteros que formaron parte de la operación Emmanuel, la cual consistió en la liberación de Clara y Consuelo por parte de las Farc, llegaron a Venezuela este jueves a las 3:10 de la tarde, hora local. Específicamente, las aeronaves Mi-17 aterrizaron en la base aérea Santo Domingo, ubicada en el estado Táchira, y de acuerdo con el presidente de la República Bolivariana de Venezuela, Hugo Chávez, “sólo estos helicópteros pudieron hacer el viaje de tres horas” desde el lugar de la liberación hasta territorio venezolano. Rojas y González de Perdomo llegaron al estado Táchira en la primera aeronave que descendió en la pista de aterrizaje de la base de Santo Domingo, con lo cual finalmente se concretó su liberación, luego de que el presidente venezolano anunciara este miércoles la puesta en libertad de ambas. Las dos ex rehenes de la guerrilla colombiana, junto con los miembros de la delegación que estuvo a cargo de la operación, abordaron dos aviones en los que viajarán hasta el Aeropuerto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía, en Caracas.
Una vez en Caracas, ambas serán recibidas por algunos de sus familiares, además de ser atendidas médicamente, a fin de evaluar el estado de salud de cada una de ellas. Luego del éxito de esta operación, el presidente Chávez aseguró que “Venezuela está dispuesta a continuar en el proceso y trabajar por la liberación de más secuestrados”. La Televisora del Sur (Telesur) transmitió imágenes exclusivas en las que se observó el momento en el que Clara y Consuelo fueron entregadas por parte de uniformados de las Farc a los representantes de la delegación internacional. En ese momento, ambas se comunicaron por radio con el jefe de Estado Venezolano, a quien agradecieron por el seguimiento y la colaboración prestada para lograr su liberación.

La fuente original de este documento es: Agencia Bolivariana de Noticias (ABN) (http://www.abn.info.ve)

¡Libres y con su familia!: Clara Rojas y Consuelo González, llegaron al aeropuerto internacional de Maiquetía

Por: YVKE Mundial Fecha de publicación: 10/01/08

YVKE Mundial A las 4:30 pm de este jueves terminó el dolor que Clara Rojas y Consuelo González de Perdomo sufrieron mientras permanecían como secuestradas de las Farc-EP, al descender ambas de un avión Falcon en la rampa 4 del aeropuerto Simón Bolívar, en Maiquetía, Venezuela, y poder abrazar a sus familiares por primera vez durante varios años.De esta forma, la Operación Humanitaria para la recuperación de 2 personas retenidas por las Farc-EP (inicialmente llamada "Operación Emmanuel") finalizó exitosamente y de una forma realmente emotiva. El ministro del Interior y Justicia, Ramón Rodríguez Chacín, la senadora colombiana Piedad Córdoba y el embajador de Cuba en Venezuela, Germán Sánchez Otero, formaron parte de la delegación que los acompañó.En minutos, los familiares irán al Palacio de Miraflores a reunirse con el Presidente Hugo Chávez Frías, en compañía de la presidenta de la Asamblea Nacional, Cilia Flores; el canciller Nicolás Maduro y la diputada Desiré Santos Amaral.Minutos antes, a las 3:15 pm, Clara Rojas y Consuelo González de Perdomo arribaron a Venezuela, concretamente a la Base Aérea Buenaventura Vivas, en Santo Domingo, estado Táchira, transportadas por dos helicópteros con los símbolos de la Cruz Roja Internacional.
Siete minutos después, Clara y Consuelo salieron de un lado del helicóptero, vestidas de traje deportivo y de espaldas a ls cámaras, abrazadas de una persona, aparentemente el ministro para las Relaciones Interiores y Justicia de Venezuela, Ramón Rodríguez Chacín. Los acompañaba la senadora colombiana Piedad Córdoba.Las dos personas fueron liberadas este 10 de enero por las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia-Ejército Popular (Farc-EP), y traídas a Venezuela en un operativo humanitario coordinado entre los gobiernos de Venezuela, Colombia y la Cruz Roja Internacional. Según el Presidente Chávez, las liberadas están bien de salud. Informó que está dispuestoa seguir conversando con Manuel Marulanda, líder de las Farc-EP, para continuar en el camino de la paz y del acuerdo humanitario entre el grupo irregular y el gobierno de Colombia.

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terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Direitos Humanos: governo dos EUA mantém presos 5 cubanos que denunciaram terroristas


Personalidades de 27 países integran Comisión por el Derecho a Visita Familiar de los Cinco antiterroristas cubanos


antiterroristas.cu

2008-01-05

Más de cien personalidades y artistas de 27 países integran una Comisión Internacional constituída para que se respete el derecho de cinco antiterroristas cubanos encarcelados en EE.UU. a recibir visitas familiares.

El grupo está conformado por más de 100 personalidades, entre las que se encuentran los premios Nobel Rigoberta Menchú, de Guatemala, y Adolfo Pérez Esquivel, de Argentina. Además, los intelectuales norteamericanos Noam Chomsky y Howard Zinn; el actor Danny Glover y la premio Pulitzer Alice Walker, así como el ex magistrado chileno Juan Guzmán, junto a otros artistas y personalidades de países como España, México, Italia, Bélgica, Alemania, Francia, Nicaragua y Canadá.

La plataforma funcionará durante el 2008 y buscará sensibilizar a la opinión pública internacional con el caso y exigir al Gobierno de EE.UU. que respete el derecho de visita familiar de los cubanos, condenados por monitorear a los grupos terroristas anticubanos radicados en la Florida.

La Comisión basará sus reclamos en el derecho humanitario, de familia, la Declaración Universal de los Derechos del Hombre y la Convención contra la tortura.

El caso de los Cinco se encuentra actualmente en revisión en un tribunal de Atlanta, tras un proceso judicial que comenzó en 1998 con su condena en Miami, la anulación de ese juicio por un Tribunal Federal de Apelaciones de Atlanta en 2005 y la revisión de esta última corte del fallo del panel de tres jueces encargados por la Corte de examinar el caso un año después.

MIEMBROS DE LA COMISION INTERNACIONAL POR EL DERECHO A LAS VISITAS FAMILIARES (Lista Parcial)

ALEMANIA
Herta Däubler-Gmelin - Ex Ministra Federal de Justicia, Miembro del Parlamento Federal, Presidenta de la Comisión Parlamentaria del Bundestag de Derechos Humanos y Ayuda Humanitaria. Günter Belchaus - Jurista, ex Asesor del Ministerio de Justicia de Alemania Federal

ARGENTINA
Adolfo Perez Esquivel – Premio Nobel de la Paz Beinusz Szmukler – Presidente de la Asociación de Abogados de Buenos Aires (AABA) Estella Carlotto – Presidenta Abuelas de Plaza de Mayo Hebe de Bonafini – Presidenta Madres de Plaza de Mayo Nora Cortiñas – Presidenta Madres de Plaza de Mayo-Línea Fundadora Stella Calloni – Periodista y Escritora Fray Antonio Puigjané – Sacerdote Franciscano de la Orden de los Capuchinos Atilio Borón – Sociólogo, Miembro del Directorio Internacional del Consejo de Ciencias Sociales de la UNESCO

BELGICA
Padre François Houtart – Sacerdote y Sociólogo. Director del Centro Tricontinental Kurt De Loor – Parlamentario, Parlamento Flamenco Bart Staes – Parlamentario, Parlamento Europeo Eloi Glorieux – Parlamentario, Parlamento Flamenco Paul Bekaert - Miembro de la mesa directiva de la Liga por los Derechos Humanos, y presidente de la Asociacion de Abogados de Bruges

BOLIVIA
Loyola Guzmán – Asambleísta, Asamblea Constituyente, Pta. Asociación de Familiares Detenidos -Desaparecidos Antonio Peredo Leigue – Senador Nacional Demir Rafael Chávez González – Ministro Consejero Embajada de Bolivia en Cuba Rosario Valenzuela Sotomayor – Escritora Jorge Sanjinés – Cineasta

BRASIL
Emir Sader – Secretario Ejecutivo de CLACSO (Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales) Marilia Guimarães – Escritora, Miembro del Capitulo de Brasil en Defensa de la Humanidad

CANADA
William Sloan – Presidente de la Asociación Americana de Juristas (Rama Canadiense) Arnold August – Escritor y Autor James Cockcroft – Escritor y Autor David Suzuki – Medalla del Medio Ambiente de Naciones Unidas en 1985, Orden Oficial de Canada 1976, Premio Kalinga por Ciencias de la UNESCO 1986. Presidente Fundación David Suzuki.CHILE
Juez Juan Guzmán Tapia Hugo Gutiérrez – Abogado Derechos Humanos (caso Pinochet), Catedrático de la Escuela de Derechos Universidad de Arcis

ECUADOR

Pablo Guayasamin Monteverde – Presidente de la Fundación Guayasamín Alfredo Vera Arrata – Ex Ministro de Educación, Escritor y Periodista Marco Antonio Toscano Arroyo - Profesor universitario Facultad de Ciencias Administrativas, Universidad Central del Ecuador Dax Toscano Segovia – Profesor universitario y periodista

EGIPTO
Samir Amin – Presidente del Foro Mundial Alternativo

ESPAÑA
Rosa Regás – Escritora, Premio Planeta 2001, Premio Asoc. De Corresponsales de Prensa Extranjera 2005, condecorada con la Orden Chevalier de la Legión d' Honneur de Francia Ignasi Guardans – Parlamentario, Parlamento Europeo Javier Sádaba – Filósofo Belén Gopegui – Escritora Alfonso Sastre – Dramaturgo Padre Benjamín Forcano – Teólogo y Sacerdote Sixto Sánchez Lorenzo – Catedrático de Derecho Internacional Privado de la Universidad de Granada Manuel Talens – Escritor Carlos Martínez – Editor de "Rebelión" Santiago Alba Rico – Escritor Juan Madrid - Novelista, Historiador y Director de Cine Juan Kalvellido - Dibujante y Caricaturista Manuel Bonmati - Secretario de Política Internacional de la Unión General de Trabajadores (UGT) Joseba Echevarría, Coordinador Comisión Internacional de la Unión General de Trabajadores (UGT). Andrés Sopeña Monsalve – Escritor, Profesor de Derecho Internacional Privado de la Universidad de Granada

ESTADOS UNIDOS
Obispo Thomas Gumbleton – Ex Obispo Católico de Detroit Reverenda Dr. Joan Brown Campbell – Ex Secretaria General del Consejo Nacional de Iglesias de Estados Unidos Danny Glover – Actor Gayle McLaughlin – Alcaldesa de la ciudad de Richmond, California Alice Walker – Escritora Noam Chomsky – Lingüista y Escritor Howard Zinn – Historiador y Escritor Esteban Torres – Ex Congresista de EEUU Wayne Smith – Ex Jefe de la Sección de Intereses de Estados Unidos en Cuba Michael Parenti – Dr. Erudito y Autor Angela Davis – Profesora de Historia de la Conciencia, Universidad de California, Santa Cruz

EL SALVADOR
Juan Carranza – Jurista Salvador Sánchez Ceren – Profesor, Diputado FMLN, candidato a la Vicepresidencia

FRANCIA
Danielle Mitterand – Presidenta Fundación Francia-Libertades Roland Weil – Jurista Ignacio Ramonet – Periodista y Escritor Ramon Chao – Periodista y Escritor Hernando Calvo Ospina – Periodista y Escritor Sami Naϊr – Sociólogo, Filosofo Salim Lamrani – Profesor, Escritor y Periodista.

GRAN BRETAÑA
Padre Geoffrey Bottoms – Sacerdote Católico Glenys Kinnock – Parlamentaria, Miembro del Parlamento Europeo

GUATEMALA
Rigoberta Menchú – Premio Nobel de la Paz Elmar Rojas – Ex Ministro de Cultura, Artista Plástico

HUNGRÍA
István Meszáros – Filósofo y Escritor

ISRAEL
Pedro Goldfarb – Profesor Universidad Hebrea, Miembro del Kibutz Itzjak

ITALIA
Domenico Losurdo – Filósofo Marco Rizzo – Miembro del Parlamento Europeo, miembro del RREE del Parlamento Europeo Matteo Carbonelli – Secretario General de la "Unión Legal por la Tutela de los Derechos del Hombre", Profesor de Derecho Internacional Bianca Pitzorno - Escritora

MEXICO
Gilberto López y Rivas – Profesor-Investigador del Instituto Nacional de Historia y Antropología, Periodista de La Jornada Hilda Venegas Negrete – Vice-presidenta de la Red Nacional de Abogados de Izquierda de México, Presidente de Mujeres por la Democracia Luís Hernández Navarro – Co-editor de opinión del periódico "La Jornada " de México Padre Raúl Lugo Rodríguez – Sacerdote Católico Pablo González Casanova – Sociólogo, Premio Internacional José Martí UNESCO 2003 Cuauhtémoc Amezcua Dromundo – Diputado, Profesor de Ciencias Políticas de la Universidad Autónoma de México.

NICARAGUA
Padre Ernesto Cardenal – Sacerdote Católico, Escritor Padre Miguel D´Escoto Brockmann – Ex ministro de Relaciones Exteriores, Sacerdote Católico Padre Uriel Molina – Sacerdote Católico

PALESTINA
Khaled Salama – Parlamentario, Miembro del Consejo Nacional Palestino, Presidente Honorable de la Federación de Entidades Árabes de América Latina FEARAB-América

PARAGUAY
Martín Almada: Jurista – Premio Nobel Alternativo 2002

PERU
Marco Martos Carrera – Presidente de la Academia de Lengua de Perú Hildebrando Pérez Grande – Poeta y Escritor, Premio Casa de las Américas Gustavo Espinoza – Ex Congresista de Perú, ex Secretario General de la Central de Trabajadores Peruanos

PUERTO RICO
Rafael Cancel Miranda – Patriota Latinoamericano, Poeta y Líder Independentista (preso por 25 años) Gervasio Morales Rodríguez – Director del Semanario "Claridad"

SUDAFRICA
Padre Michael Lapsley – Director del Instituto para la Curación de la Memoria

SUECIA
Eva-Brit Svensson – Parlamentaria, Miembro del Parlamento Europeo

VENEZUELA
Diputado Emil Guevara Muñoz - Diputado al Parlamento Latinoamericano y Coordinador Nacional del Movimiento de Amistad y Solidaridad Mutua Venezuela-Cuba Diputado Amilcar Figueroa - Presidente Alterno del Parlamento Latinoamericano. Lic. Stella Lugo de Montilla - Primera Dama del Estado Falcón y Presidenta del Consejo Bolivariano de Primeras Damas de Estado. Diputado Marelis Pérez Marcano - Diputada Asamblea Nacional Alicia Herrera – Periodista y Escritora

¿Quiénes son los Cinco cubanos prisioneros en Estados Unidos?


Antiterroristas

2006-03-14

Cinco jóvenes profesionales que decidieron dedicar sus vidas, lejos de su patria, a la lucha contra el terrorismo en la ciudad de Miami, centro principal de las agresiones contra Cuba.

Antonio Guerrero (Miami,1958) Ingeniero en Construcción de Aeródromos, poeta, dos hijos. Fernando González (La Habana, 1963), casado, graduado del Instituto de Relaciones Internacionales (ISRI), del Ministerio de Relaciones Exteriores de Cuba. Gerardo Hernández (La Habana, 1965), casado, graduado del ISRI, caricaturista. Ramón Labañino (La Habana, 1963), casado, tres hijas, graduado de Licenciatura en Economía en la Universidad de La Habana y René González (Chicago, 1956), casado, dos hijas, piloto e instructor de vuelo.

¿Por qué estaban en Estados Unidos?
Partieron hacia ese país para obtener información sobre los planes de las organizaciones terroristas que tienen su base de operaciones, desde hace muchos años, en la ciudad de Miami, entre ellas, la Fundación Nacional Cubano-Americana (FNCA), El Consejo para la Libertad de Cuba (CLC), Hermanos al Rescate, Movimiento Democracia, Alpha-66 y otras muchas de conocida trayectoria delictiva.

Entre las actividades terroristas de esos grupos se cuentan numerosos sabotajes y agresiones contra Cuba, con un saldo de miles de muertos, heridos y grandes pérdidas económicas, contrabando de armas, drogas y personas e, incluso, han fraguado cientos de planes para tratar de asesinar al presidente cubano Fidel Castro y realizado acciones terroristas en el propio territorio estadounidense y en terceros países.

Violaciones del debido proceso:

Los cinco fueron sometidos a un juicio manipulado en la propia ciudad de Miami, completamente hostil y dominada por la mafia de origen cubano, donde era imposible realizar un proceso justo e imparcial, a tenor con las propias leyes de los Estados Unidos y del Derecho Internacional. Los sectores anticubanos desataron una falaz e intensa campaña propagandística para presionar a la opinión pública de Miami y al jurado, lo que fue reiteradamente denunciado por los abogados de la Defensa, quienes presentaron varias mociones de solicitud de un cambio de sede que fueron rechazadas.

Lo anterior viola la letra de la Quinta Enmienda de la Constitución de Estados Unidos que expresa: “...a nadie se le privará de la libertad sin el debido proceso legal...” y también se viola la Sexta Enmienda que señala: “...en toda causa criminal, el acusado gozará de ser juzgado rápidamente y en público por un jurado imparcial...”

Durante todo el proceso legal las autoridades obstaculizaron el trabajo de la Defensa al demorar y limitar el acceso solo al 20 % de la documentación sospechosamente clasificada como secreta y aún, cinco años después, se les impide acceder a esos miles de documentos para sustentar el proceso de apelación.

¿Cuáles fueron los cargos imputados?
Conspiración para cometer asesinato en primer grado
Gerardo Hernández fue el único acusado de este cargo por propiciar supuestamente el derribo, el 24 de febrero de 1996, de dos avionetas de la organización terrorista Hermanos al Rescate . Al final del proceso la Fiscalia comprendió que no podía probar este cargo según las instrucciones dadas por la jueza por lo cual solicitó a la Corte de Apelaciones de Atlanta fuera desestimado. La apelación no prosperó y contrario a toda lógica, el jurado lo declaro culpable.

Conspiración para cometer espionaje
De este cargo fueron instruidos Gerardo Hernández, Ramón Labañino y Antonio Guerrero. Ninguno de ellos realizó actividades de espionaje contra Estados Unidos pues, según establece la ley norteamericana, un espía es aquella persona que roba u obtiene documentación clasificada como secreta, debidamente resguardada con el propósito de entregarse a un gobierno extranjero. Durante el juicio no hubo evidencias de que ellos hubiesen obtenido información del gobierno de los Estados Unidos o información peligrosa para la seguridad de este país.

Varios expertos y autoridades, como los generales Charles Whilhem y Edward Atkinson, el almirante Eugene Carol y el coronel George Buckner testificaron que los acusados no tenían acceso a información clasificada e incluso James Clapper, ex director de la Agencia de Inteligencia del Pentágono, testigo de la Fiscalía, reconoció que los acusados no habían realizado espionaje contra Estados Unidos, sin embargo, sus testimonios no fueron tomados en cuenta, lo que ratifica la arbitrariedad del fraudulento proceso de marcado signo político.

Los cinco cubanos tenían exclusivamente la misión de obtener información sobre los planes de los grupos terroristas radicados en el sur de La Florida los que, mas allá de los desatinos del proceso judicial, no forman parte del gobierno de Estados Unidos.

Conspiración para cometer delito contra Estados Unidos
De este cargo fueron acusados los cinco cubanos cuando ellos exclusivamente buscaban información sobre los planes que fraguaban las organizaciones terroristas radicadas en Miami y, bajo ningún concepto, otras que pudieran afectar la seguridad nacional de Estados Unidos, lo que fue probado por la Defensa y ratificado por varios testigos durante el proceso.

Identidad y documentación falsa
Para poder penetrar y enfrentar los planes de esas organizaciones, tres de los cinco luchadores antiterroristas se vieron ante la necesidad de ocultar sus verdaderas identidades.

En Derecho existe la doctrina de Estado de Necesidad la cual sostiene que para evitar la comisión de un delito mayor- en este caso asesinatos y actos de terrorismo- justifica se pueda incurrir en delitos menores, como utilizar identidad y documentación falsas para proteger sus actividades y sus vidas, tomando en cuenta que los cinco jóvenes actuarían en medio de grupos de asesinos y terroristas de largo historial.

Agentes no registrados de un gobierno extranjero
Tomando en consideración los objetivos de su trabajo, los peligros que este entrañaba y la sistemática política de hostilidad del gobierno de los Estados Unidos contra Cuba no era posible que los cinco se registrasen como agentes del gobierno cubano.

Es un hecho ampliamente conocido que esos grupos terroristas y sus cabecillas actúan impunemente en Miami y gozan de la protección de sus autoridades. El propio jefe del Buró del FBI en Miami, Héctor Pesquera, declaró que los dirigentes de la Fundación Nacional Cubano- Americana y del Consejo por la Libertad de Cuba eran personas respetables y de absoluta confianza, reiterando que jamás investigarían oficialmente las actividades de aquellos que auspician y financian las acciones terroristas contra Cuba.

Si ambas organizaciones son las principales responsables de la mayoría de los actos terroristas cometidos contra Cuba en los últimos 15 años, ¿ Que les hubiera pasado a los Cinco si se hubieran registrado ante las autoridades de Miami como personas que trabajan para el gobierno de Cuba.? Por eso es que se vieron forzados a no registrarse como agentes de un gobierno extranjero.

Injustas y desmesuradas sentencias
Después de un proceso ilegítimo la jueza, que no aceptó ninguna de las atenuantes de la Defensa y aplicó todas las agravantes de la Fiscalía, dictó sentencias desmesuradas e injustas, aplicando las máximas condenas en cada caso, aun cuando los cargos principales no pudieron ser probados, vulnerando, entre otros, el Articulo 14 del Pacto Internacional de Derechos Civiles y Políticos de Naciones Unidas que refrenda “... toda persona tendrá derecho a ser oída públicamente y con las debidas garantías por un tribunal competente, independiente e imparcial...”

Gerardo Hernández, sentenciado a dos cadenas perpetuas por conspiración para cometer asesinato en primer grado y conspiración para cometer espionaje, respectivamente.Además, 15 años por los cargos de conspiración para cometer delito contra Estados Unidos, documentación falsa y agente extranjero sin previa declaración al Fiscal de Estados Unidos.

Ramón Labañino, condenado a cadena perpetua por el cargo de conspiración para cometer espionaje, más 18 años por los cargos de conspiración para cometer delito contra Estados Unidos, documentación falsa y agente extranjero sin previa declaración al Fiscal de Estados Unidos.

Antonio Guerrero, sentenciado a cadena perpetua por conspiración para cometer espionaje, más 10 años por los cargos de conspiración para cometer delito contra Estados Unidos y agente extranjero sin previa declaración al Fiscal de Estados Unidos.

Fernando González, 19 años de prisión por conspiración por cometer delito contra Estados Unidos, documentación falsa y agente extranjero sin previa declaración al Fiscal de Estados Unidos.

René González, 15 años de privación de libertad por los cargos de conspiración para cometer delito contra Estados Unidos y agente extranjero sin previa declaración al Fiscal de Estados Unidos.

Otras violaciones de los Derechos HumanosEl gobierno de Estados Unidos ha obstaculizado sistemáticamente las visitas de las madres, esposas e hijos de los prisioneros, lo que constituye una sanción adicional para ellos y sus seres queridos. Adriana Pérez y Olga Salanueva, esposas de Gerardo Hernández y de René González, respectivamente, e Ivette González, la pequeña hija de René, no han podido visitarlos desde hace más de cinco años. De igual manera, las autoridades norteamericanas han dificultado las visitas de los abogados de la Defensa y las de funcionarios consulares cubanos radicados en Estados Unidos, lo que desconoce arbitrariamente el Articulo 37 de las Reglas Mínimas para el Tratamiento de Reclusos:

“ Los reclusos-expresa-estarán autorizados para comunicarse periódicamente, bajo la debida vigilancia, con su familia y con amigos de buena reputación, tanto por correspondencia como mediante visita.”

Separados entre si en prisiones alejadas unas de otras, los cinco han sido sometidos a duros castigos para tratar de quebrar su integridad psíquica y física, confinamientos en solitario en celdas de castigo (huecos) por periodos de 17 meses y 48 días sin haber cometido falta alguna a despecho del propio Reglamento del Buró de Prisioneros de Estados Unidos que precisa: “...el tiempo máximo de confinamiento en celdas de castigo no debe exceder 60 días...”. y del Articulo 7 del Pacto Internacional de Derechos Cívicos y Políticos que señala: “ Nadie será sometido a torturas, ni a penas o tratos crueles, inhumanos o degradantes...”

Los cinco luchadores contra el terrorismo han recibido tratamiento de delincuentes comunes y con ellos conviven en las penitenciarias, lo que viola el Articulo 8 de las Reglas Mínimas para el Tratamiento de los Reclusos: “ Los reclusos pertenecientes a categorías diversas deberán ser alojados en diferentes establecimientos o en diferentes secciones dentro de los establecimientos según su sexo y edad, sus antecedentes y motivos de detención...”

¿Cuáles son los argumentos de la Defensa ante la Corte de Apelaciones?
Teniendo como precedente la decisión de la Corte Suprema de Estados Unidos en el caso Pamplin vs. Mason, en que esta falló que no se puede juzgar a nadie en un lugar donde existan comprobados y masivos prejuicios sobre las personas a juzgar, solicitan se anule el juicio y se celebre otro en una nueva sede, fuera de la ciudad de Miami, donde es conocido que existe una profunda hostilidad contra los revolucionarios cubanos, que es el caso de los jóvenes encarcelados.

Si la Corte de Apelaciones de Atlanta anula el juicio anterior y se realiza uno nuevo fuera de la ciudad de Miami, respetando las reglas del debido proceso, se podría contar con un jurado imparcial, que no estuviera lastrado por prejuicios políticos y sometido a presiones de toda índole, lo que permitiría comprobar la inocencia de los cinco cubanos de los graves cargos que se les imputan.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

James Petras, professor da University of New York/Birghamton (EUA), analisa a situação da Venezuela


Venezuela: Dicionário de eufemismos da oposição liberal
por James Petras

Nos nossos tempos, os discursos e os escritos políticos são em grande medida a defesa do indefensável... Assim, a linguagem política tem de consistir sobretudo de eufemismos, de circunlóquios e de imprecisões absolutamente turvas... Tal fraseologia é necessária se alguém quiser nomear as coisas sem apelar aos respectivos quadros mentais.
George Orwell, "Politics and the English Language", em Why I Write.

O processo político venezuelano no período pós-referendo (após 02/Dezembro/2007) experimentou um debate de largo alcance, no qual têm participado tanto críticos como apoiantes do caminho venezuelano para o socialismo. A extrema-direita e o Departamento de Estado dos EUA têm focado exclusivamente aquilo a que chamam a reacção popular contra o "autoritarismo" do Presidente Chavez, a sua "agenda radical" e têm procurado explorar a ocasião a fim de desacreditar o Presidente através da sabotagem dos esforços de Chavez (apoiado pela França e a maior parte dos regimes latino-americanos) para negociar uma troca de prisioneiros entre as guerrilhas das FARC-EP e o regime de Uribe na Colômbia. Duas semanas após o referendo, o Governo Federal [dos EUA] fabricou um processo ligando o governo venezuelano a uma tentativa de financiar as eleições presidenciais na Argentina.
A ofensiva de propaganda dos EUA e da extrema-direita falhou e atear qualquer resposta no interior da Venezuela e fracassou completamente.. Todos os principais aliados americanos na Europa (excepto a Inglaterra) e na América Latina (excepto o México e o Chile) repudiaram os ataques americanos contra Chavez. O discurso político anti-Chavez que tem tido alguma repercussão na Venezuela e em outros países, especialmente entre liberais, políticos, activistas progressistas e académicos social-democratas, tem sido articulado por académicos venezuelanos ligados a ONGs financiadas por fundações estrangeiras e que se posicionam como "centro-esquerda".
Uma leitura crítica textual dos escritos da centro-esquerda revela uma narrativa repleta de eufemismos, restrita à linguagem e retórica dos movimentos sociais mas que quando desconstruída revela uma hostilidade básica para com a análise de classe e a transformação social. Tal como George Orwell escreveu outrora, os intelectuais políticos são os mestres dos eufemismos, utilizando linguagens que obscurecem o significado de políticas reaccionárias. "A linguagem política é concebida para fazer com que mentiras soem verdadeiras e o assassínio respeitável, a fim de dar uma aparência de solidez ao simples vento" (George Orwell, Why I Write).
A RETÓRICA LIGHT
Os ideólogos académicos de centro-esquerda da Venezuela dominaram todo um repertório de eufemismos, os quais põem em acção para atingir objectivos políticos específicos: Unir tecnocratas e liberais incrementalistas no governo Chavez com a oposição liberal a fim de bloquear qualquer transformação social igualitária das relações de propriedade e da transição para o socialismo. Como declarou um dos mais ilustres estadistas e antigo ministro da Cultura de Cuba, Armando Hart, "A batalha de ideias é parte integral da luta pelo socialismo". Um primeiro passo para desmistificar a retórica da centro-esquerda corporificada na sua narrativa contra-revolucionária é aplicar a análise crítica a alguns dos eufemismos políticos chave que eles utilizam para atacar o governo Chavez e as suas políticas. Eufemismos são abusos de linguagem utilizados pelos professores anti-Chavez para obscurecer interesses ideológicos e de classe e as suas lealdades. Para os objectivos deste ensaio, seleccionei um texto de Edgardo Lander, um eminente sociólogo venezuelano e crítico das tendências revolucionárias no governo chavista.
O seu ensaio "El Proceso político en Venezuela entra en un encrucijada crítica" é um exemplo excelente da utilização da linguagem política a fim de ofuscar as realidades políticas, confiando em eufemismos para dar "uma aparência de solidez ao que é puro vento". No período pós-eleitoral, os críticos de centro-esquerda pediram um retorno ao "pluralismo" como um antídoto ao "autoritarismo". "Pluralismo" é um eufemismo para uma sociedade de classe (múltiplas classes = plural), na qual a classe capitalista domina o sistema eleitoral ("partidos plurais" = dominação pelos capitalistas que os financiam). "Pluralismo" é um eufemismo comum utilizado pelos académicos burgueses porque é um conceito vago e abstracto que obscurece as questões dos donos da propriedade e da concentração dos meios de produção e de comunicação. Na realidade, não há nada "plural" quanto às democracias capitalistas, por qualquer medição de poder e riqueza. A existência de múltiplas classes, políticos e partidos conta-nos pouco ou nada acerca das relações sociais, concentração de poder e desigualdades de acesso ao Estado.
DE QUEM É INDEPENDENTE UM BC?
Os críticos académicos de Chavez escrevem acerca da "independência do Banco Central". Esta noção vaga e abstracta implora a pergunta: independência de quem e para que interesses e propósitos? Bancos Centrais que não prestam contas a responsáveis eleitos respondem aos mercados financeiros, ou mais precisamente aos banqueiros internacionais e locais e aos investidores. Isto é obviamente o caso em quase todas as democracias capitalistas onde a selecção dos governadores do Bancos Centrais é baseada nos seus laços, histórias e relacionamentos favoráveis ("confiança") com o capital financeiro internacional.
Em contraste, um Banco Central sujeito ao controle de responsáveis eleitos pode ser influenciado pelos eleitores, pela opinião pública e por movimentos sociais que os pressionem por políticas monetárias favoráveis. Quando liberais objectam ao aumento do acesso das classes populares ao governo e à perda do monopólio da classe média em relação às verbas orçamentais do governo, eles recorrem a apelos a "políticas abertas". Isto é nomeadamente a reabertura das portas da frente da decisão política a conselheiros académicos liberais e social-democratas. "Políticas abertas" é um refrão apregoado frequentemente pelo Estado imperial americano quando as suas ONGs financiadas por fundações e redes políticas que pressionam pela "mudança de regime" consideram difícil avançar devido à maior vigilância para frustrar as suas operações de desestabilização. A questão evitada pelos críticos académicos é "aberta" para quem e "para que interesses políticos"?
No caso da Venezuela, a "falta de abertura" real é em grande medida uma função do controle monopolista da oposição sobre 90% dos media electrónicos e impressos e do predomínio ideológico de académicos da oposição em universidades públicas e privadas e nas salas de aula (incluindo a Universidade Central da Venezuela). Em contraste, os sindicatos, associações comerciais, movimentos da sociedade civil de todas as tendências têm florescido durante a década Chavez – no que é talvez a mais vibrante expressão de "políticas abertas" no Hemisfério Ocidental. Nestas condições, o que significa então o apelo pelo recurso a "políticas abertas"? É simplesmente uma "defesa do indefensável" – a manutenção do controle monopolista privado dos mass media contra quaisquer tentativas de expandir e aprofundar o acesso popular e o controle sobre os meios de comunicação.
Os académicos liberais não podem declarar simplesmente: "Não democratizem os media, nós defendemos o direito de os grandes conglomerados privados controlarem os media, incluindo o seu direito a incitar e defender golpes militares". Ao invés disso eles recorrem a eufemismos vazios como "políticas abertas" – com o efeito de desarmar o governo popular e minar suas tentativas de abrir o acesso dos mass media às classes populares e aos seus interesses. Uma das formas mais insidiosas dos esforços das classes dominantes americanas e europeias para minarem movimentos de massa autónomos é o financiamento, treino e proliferação das enganosamente auto-etiquetadas "Organizações Não Governamentais" (ONGs).
Os críticos académicos liberais (CAL) do governo democraticamente eleito de Chavez reflectem e imitam a retóricas das ONGs – acusando a Venezuela de falta de participação popular e desencorajando "o debate aberto e democrático". Os CAL nunca consideram a anomalia de que os líderes das ONGs nunca sejam eleitos, que as suas propostas de financiamentos externos nunca sejam debatidas ou votadas pelos seus auto-designados beneficiários e que elas moldem as actividades a fim de induzir os doadores das elites estrangeiras a financiarem os seus salários em divisas duras e veículos 4x4, computadores portáteis e a sua "equipe de secretárias", etc... Os maiores inimigos da responsabilização democráticas são as ONGs que nunca são criticadas ou mesmo mencionadas nos escritos políticos dos CAL no "processo político" venezuelano.
A influência difusa e a proliferação de ONGs não é um factor menor no "processo político", menos ainda na Venezuela. À escala mundial há mais de 100 mil ONGs a receberem mais de US$20 mil milhões de dólares/euros dos centros imperiais. Ao contrário das auto-nomeadas ONGs e dos seus líderes e conselheiros académicos liberais, o Presidente Chavez consultou o eleitorado uma dúzia de vezes em eleições livres e abertas. Os seus programas são financiados pelos contribuintes venezuelanos e sujeitos à aprovação ou rejeição de legisladores eleitos.
Os académicos liberais ao invés de exprimirem abertamente a sua objecção ao crescimento radical do apoio de massa organizado e ao debate referente aos programas socio-económicos do Presidente Chavez, recorrem a eufemismos acerca do estilo "plebiscitário" de governação – esquecendo as autoritárias lições ditadas nas suas salas de aula estimuladas por administradores "eleitos" por um estreito círculo de professores com emprego vitalício. ESTRANHA AMÁLGAMA Alguns dos eufemismos mais em voga dos críticos académicos liberais são "anti-estatismo", "sociedade civil" e "economia de mercado". "Estatismo" evoca e está associado com uma poderosa estrutura vertical insensível que oprime e empobrece o povo, e que responde apenas a burocratas autoritários.
Apesar de não haver dúvida que várias agências do Estado na Venezuela são ineficientes e falham na execução dos programas do governo (especialmente políticas redistributivas), apesar da propriedade pública e das políticas fiscais, especialmente a política energética tem conduzido a um vasto aumento do financiamento de serviços públicos (saúde, educação e distribuição de alimentos) para os 60% de venezuelanos com rendimento mais baixo. A oposição ao "estatismo" traz consigo uma estranha amálgama de liberais autoritários da extrema-direita (Hayek, Friedman), neoliberais social-democratas (Blair, Giddens, Lula, Sarkozy e seus seguidores venezuelanos) e anarquistas libertários.
As principais fontes de financiamento dos think tank, jornais e investigações dos críticos do "estatismo" são a Fundação Ford, as Fundações Ebert e uma sopa de letras de siglas de outras instituições da classe dominante. A demonização do "Estado" é o que junta os ideólogos da extrema-direita e do centro-esquerda. Em nome da "liberdade" anti-estatista, das actividades sem restrições, desregulamentadas e vorazes de capitalistas privados nacionais, os monopólios, bancos e corporações transnacionais podem florescer. O Estado é a única instituição potencialmente capaz de conter, controlar e confrontar as corporações privadas gigantes.
A questão fundamental não é o "anti-estatismo" mas a natureza de classe do Estado e sua responsabilidade para com a maioria do povo trabalhador. O mais oco e enganoso conceito manipulado pelos "anti-estatistas" críticos académicos liberais do Presidente Chavez é o de "sociedade civil" quando falam em "apoiar a sociedade civil contra o Estado". "Sociedade civil" é um eufemismo para sociedade de classe, é um conceito que oculta divisões de classe fundamentais, organizações de classe conflitantes e relações de exploração. Versões abastardadas de "Escritos da prisão", de Gramsci, onde os seus censores fascistas forçaram-no a adoptar uma linguagem de Esopo, foram adoptadas pelos académicos liberais ao escreverem acerca de uma homogénea (sem classe) "sociedade civil" contra o "Estado" (opressivo).
Na Venezuela, a "sociedade civil" está longe de ser homogénea, como é evidente com as suas profundas divisões de classe, polarização política e o abismo entre estratos da maioria popular que apoiam o Estado (liderado por Chavez) as classes altas. O discurso de oposição à "sociedade civil" é um dispositivo retórico utilizado pelos burocratas das ONGs e elites académicas liberais para obscurecerem a sua prática de colaboração de classe, o seu apoio ao capital privado contra a propriedade pública e atraírem assim grandes ajudas monetárias dos seus patrocinadores imperiais. Um dos eufemismos mais habitualmente utilizados é a referência por parte dos críticos liberais e social-democratas das políticas de Chavez à "economia de mercado".
Trata-se de outro esforços para dar uma aparência de solidez ao que é puro vento. Os mercados existiram durante milhares de ano por todo o mundo sob uma grande variedade de sociedades e economias – desde a tribal, feudal, escravocrata, mercantil, capitalismo competitivo e monopolista. Há mercados locais baseados em produtores de pequena escala e mercados mundiais dominados por menos de um milhar de corporações multinacinais e instituições financeiras. A utilização de "economia de mercado" evoca imagens falsas de transacções por produtores/países iguais, recordando um passado que nunca existiu. A real "economia de mercado" existente é dominada pela competição e cooperação em grande escala de monopólios, os quais penetram todas as economias não reguladas. O seu poder e exploração só pode ser contido por Estados nacionalistas ou socialistas que prestam contas a movimentos de classe organizados e ao planeamento central.
Qualquer discussão honesta e leal deve colocar a questão das estratégias económicas e do papel do Estado e do mercado na sua apropriada moldura histórico-mundial: capital imperial, Estado nacional, movimentos e instituições com base de classe. Quando questões de democracia e participação são discutidas seriamente, o foco não deveria ser exclusivamente sobre Estados mas deveria incluir também associações influentes na sociedade. Não há qualquer discussão ou menção, por parte dos teóricos liberal democratas venezuelanos, da pluralidade de associações autoritárias, não participativas e dominadas pelas elite de negócios, organizações cívicas, conglomerados privados de media, partidos tradicionais e sindicatos. Os seus líderes são reeleitos repetidamente (alguns pela vida toda) sem discordância ou competição e nem mesmo consulta aos seus membros.
Os académicos liberais, além de ignorarem a estrutura vertical profundamente autoritária das instituições dominantes na "sociedade civil", falham até mesmo em colocar a questão de como esta pluralidade da instituição ditatorial da elite é compatível com a democracia. A cegueira analítica e moral dos académicos liberais para com o profundamente enraizado domínio arbitrário sobre a cultura, a economia e a sociedade por parte desta elite anti-democrática é o outro lado da moeda da sua preocupação unilateral com o défice democrático em instituições públicas eleitas e em partidos, sindicatos e associações de moradores favoráveis a Chavez. A profunda falta de clareza dos críticos de Chavez e do expoentes da ideologia liberal está intimamente relacionada com o seu pressentimento de que falar claramente e com precisão desmascararia a sua defesa dos mercados capitalistas; a sua oposição ao "estatismo" como oposição à propriedade pública; o seu apoio a instituições autoritárias da elite é a sua defesa da "sociedade civil"; a sua oposição às iniciativas radicais com base de massa de Chavez é apresentada como "autonomia popular".
O MICROSCÓPIO E O TELESCÓPIO
Os métodos dos críticos académicos liberais são tão reveladores da sua política reaccionária quanto as suas mal disfarçadas lealdades à classe dominante. Eles utilizam o microscópio para detectar defeitos no tecido dos movimentos sociais pro-Chavez, eleitores e políticas do governo Chavez, e um telescópio para descrever a descarada intervenção e colaboração em grande escala e a longo prazo do Estado imperial americano com os seus aliados venezuelanos. As exigências liberais são direccionadas unilateralmente para um lado do processo político. Um profundo criticismo em relação às organizações de Chavez, mas não para com os estudantes e académicos que foram financiados pelas agências do Estado americano.
Aparentemente, a académicos que aceitam dinheiro do National Endowment for Democracy não se deveria pedir para "repensar criticamente" a sua colaboração com uma potência imperial que se comprometeu a destruir instituições democráticas. Os críticos académicos liberais confiam em subjectivos mexericos anedóticos para alimentar o seu rancor anti-Chavez, ao invés de factos abertos ao público. Preferem especular sobre a "ambiguidade presidencial" quanto ao resultado do referendo ao invés de ouvir e observar o imediato e franco reconhecimento da derrota no referendo pelo Presidente Chavez. A linguagem política do eufemismo é destinada a fazer com que mentiras soem verdadeiras, tornar a regra da exploração de classe respeitável e dar à retórica liberal-democrata a aparência de solidez. Este breve inventário do eufemismo é concebido para desmascarar as ideologias do anti-chavismo "light" e estimular o avanço do socialismo venezuelano.

05/Janeiro/2008
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
07/Jan/08

Venezuela: Diccionario de eufemismos de la oposición progresista

Por: James Petras
Fecha de publicación: 07/01/08

Rebelión

Traducido para Rebelión por S. Seguí

“En nuestra época, el discurso y los escritos políticos son en gran parte una defensa de lo indefendible (…) Por esta razón, el lenguaje político tiene que consistir en una serie de eufemismos, peticiones de principio y puras vaguedades a cuál más brumosa. Esta fraseología es necesaria si queremos poner nombre a las cosas sin por ello evocar imágenes mentales.”

George Orwell (i)

En este periodo posterior al referéndum celebrado el 2 de diciembre de 2007, el proceso político venezolano está siendo objeto de un amplio debate en el que participan tanto los críticos como los defensores de la vía venezolana al socialismo. La extrema derecha y el Departamento de Estado de los Estados Unidos se centran exclusivamente en lo que ellos denominan “reacción popular contra el autoritarismo y el programa radical del presidente Hugo Chávez” e intentan aprovechar esta ocasión para desacreditar al presidente, saboteando la iniciativa de Chávez (respaldada por Francia y la mayor parte de los gobiernos europeos y latinoamericanos) de negociar un intercambio de prisioneros entre la guerrilla FARC-EP y el gobierno de Uribe, en Colombia. Dos semanas después del referéndum el gobierno estadounidense ha urdido una intriga en la que vincula al gobierno venezolano con un intento de financiación de las elecciones presidenciales argentinas. Esta ofensiva propagandística de la derecha y EE UU no ha conseguido ningún eco en Venezuela y el tiro les ha salido por la culata. Todos los aliados estadounidenses en Europa (con la excepción del Reino Unido) y América Latina (con excepción de México y Chile) han repudiado los ataques estadounidenses contra Chávez.

El discurso político anti Chávez que sí tiene cierto eco en Venezuela y en el extranjero, especialmente entre progresistas, políticos, activistas y profesores socialdemócratas es el articulado por intelectuales venezolanos vinculados a algunas ONG, financiados por fundaciones extranjeras y que ostentan la calificación de centro-izquierda.

Una lectura crítica de estos escritos de centro-izquierda revela una narrativa llena de eufemismos políticos, emboscada en el lenguaje y la retórica de los movimientos sociales. Sin embargo, cuando se la analiza revela una hostilidad de base al análisis de clase y a la transformación social. Tal como escribió George Orwell, los intelectuales políticos son maestros en eufemismos, y utilizan un lenguaje que oscurece el significado de una política reaccionaria: “El lenguaje político está diseñado para hacer que las mentiras suenen a verdad y que el asesinato sea respetable, para dar una apariencia de solidez a lo que es sólo puro viento.” (i)

Los ideólogos académicos de centro-izquierda venezolanos han desarrollado una gran maestría en el uso de un repertorio completo de eufemismos destinados a conseguir objetivos políticos específicos: unir a los tecnócratas y progresistas partidarios del gradualismo, dentro del gobierno de Chávez, con la oposición liberal, a fin de bloquear cualquier tipo de transformación social igualitaria de las relaciones de propiedad y la transición al socialismo. Como afirmó uno de los estadistas cubanos más ilustres, el ex ministro de Cultura Armando Hart, la batalla de ideas forma parte integral de la lucha por el socialismo.

Un primer paso para desenmascarar la retórica de centro-izquierda que encierra su narrativa antirrevolucionaria consiste en someter a un análisis crítico algunos de los principales eufemismos políticos que utilizan para atacar al gobierno de Chávez y sus políticas. Los eufemismos son abusos del lenguaje utilizados por académicos contrarios al presidente con el fin de oscurecer intereses y lealtades ideológicos y de clase.

Como ilustración, he escogido para el presente escrito un ensayo de Edgardo Lander, destacado sociólogo venezolano y crítico de las tendencias revolucionarias existentes en el gobierno chavista. Su ensayo El proceso político en Venezuela entra en una encrucijada crítica (ii) es un excelente ejemplo del uso del lenguaje político para oscurecer las realidades políticas, basándose en eufemismos con el fin de “dar una apariencia de solidez a lo que es sólo puro viento.”

En este periodo post referéndum, los críticos de centro-izquierda exigen un regreso al pluralismo, como antídoto del autoritarismo. Aquí, pluralismo es un eufemismo para designar la sociedad de clases (varias clases sociales = plural), en la que la clase capitalista domina el sistema el sistema electoral (partidos pluralistas = dominación mediante la financiación capitalista). El pluralismo es un eufemismo común utilizado por los académicos burgueses debido a su vaguedad y su abstracción, que oscurece asuntos como el sistema de propiedad y la concentración de los medios de producción y comunicación. En realidad, no hay nada plural en las democracias capitalistas, en términos de poder y riqueza. La existencia de varias clases, políticos y partidos en estas sociedades nos dicen poco o nada de las relaciones sociales, la concentración de poder y la desigualdad de acceso al Estado.

Los académicos críticos a Chávez hablan de independencia del banco central. Este vago y abstracto concepto evita que nos planteemos cuestiones como independencia respecto a quién o para qué intereses o fines. Los bancos centrales que no están obligados a rendir cuentas ante las autoridades elegidas responden ante los mercados financieros o, más concretamente, ante los banqueros e inversores nacionales e internacionales. Es el caso evidente de casi todas las democracias capitalistas, en las que la selección de los jefes de los respectivos bancos centrales se basa en sus vínculos, historiales y estrechas relaciones de favor (confianza) con el capital financiero internacional. En cambio, un banco central sujeto al control de las autoridades elegidas puede estar influenciado por los votantes, la opinión pública y los movimientos sociales en demanda de políticas monetarias favorables.

Cuando estos progresistas ponen objeciones al creciente acceso de las clases populares al gobierno y a la pérdida del monopolio de la clase media sobre las asignaciones presupuestarias del gobierno, recurren a hacer llamamientos a unas políticas abiertas. A saber, volver a abrir las puertas de los creadores de las políticas a los asesores académicos liberales y socialdemócratas. Políticas abiertas es un soniquete usado con frecuencia por el gobierno imperial de Estados Unidos cuando los intentos de cambio de régimen realizados por las ONG y las redes políticas financiadas por sus fundaciones se frustran por una más atenta vigilancia frente a sus operaciones desestabilizadoras. La pregunta que los críticos académicos evitan es la siguiente: ¿abiertas para quién y para qué intereses políticos? En el caso de Venezuela, la auténtica falta de apertura es en gran medida función del control monopolista de más del 90% de los medios de comunicación electrónicos e impresos y del predominio ideológico de los académicos de la oposición en las universidades y las aulas públicas y privadas (incluyendo aquí la Universidad Central de Venezuela.) Tenemos en cambio que durante la década chavista han florecido sindicatos, asociaciones empresariales y movimientos de la sociedad civil de todas las tendencias, en lo que es probablemente la más vibrante expresión de políticas abiertas del hemisferio occidental.

Así pues, en estas condiciones, ¿qué significa la exigencia de políticas abiertas? Es simplemente una “defensa de lo indefendible”, el mantenimiento de un control monopolista privado de los medios de comunicación contra cualquier intento de extender y profundizar el acceso popular a estos medios y su control por el pueblo. Los académicos progresistas no pueden afirmar abiertamente: “No democraticen los medios de comunicación, mantengan el derecho de los grandes conglomerados privados a controlar los medios de comunicación, incluyendo el derecho a incitar al golpe militar y defenderlo cuando se produzca.” En lugar de esto, recurren a varios eufemismos como el de políticas abiertas, desarmando en la práctica al gobierno popular y socavando sus intentos de abrir el acceso de los medios de comunicación de masas a las clases populares y sus intereses.

Una de las formas más insidiosas de los intentos estadounidenses, europeos y de las clases dominantes venezolanas para socavar los movimientos autónomos de masas es la financiación, formación y proliferación de las equívocamente autodenominadas organizaciones no gubernamentales (ONG). Los académicos progresistas críticos del gobierno democráticamente elegido de Chávez prestan oído e imitan la retórica de las ONG, acusando a Venezuela de falta de participación popular y de desalentar el debate abierto y democrático.

Los críticos académicos progresistas nunca prestan atención al hecho anómalo de que los líderes de las ONG no hayan sido en ningún caso elegidos; de que sus propuestas de financiación en los países en que actúan nunca se debatan o se voten por los autodesignados beneficiarios; y de que modelen sus actividades para inducir a los donantes de las élites extranjeras a financiar sus salarios en divisas y sus vehículos todoterreno, sus ordenadores portátiles y sus secretarias de plantilla. Los mayores enemigos de la responsabilidad democrática son las ONG que nunca están sujetas a críticas o son siquiera mencionadas en los polémicos escritos de los citados críticos académicos progresistas sobre el proceso político venezolano. La apabullante influencia y proliferación de ONG no es un elemento sin importancia de los procesos políticos, y menos aún en Venezuela. En todo el mundo hay más de 100.000 ONG que reciben más de 20.000 millones de dólares/euros de sus centros imperiales.

A diferencia de las autodesignadas ONG y de sus líderes y asesores académicos progresistas, el presidente Chávez ha consultado al electorado en una docena de ocasiones en elecciones libres y abiertas. Sus programas se financian con los impuestos de los contribuyentes venezolanos y están sujetos a la aprobación o el rechazo de los legisladores elegidos. Los académicos progresistas en lugar de expresar abiertamente sus objeciones al creciente apoyo masivo radical y organizado y de debatir los programas socioeconómicos del presidente Chávez, hacen uso de eufemismos sobre el estilo plebiscitario de gobernación, olvidando sus propias autoritarias lecciones dictadas en las aulas, acogidos por administradores elegidos por una camarilla de catedráticos con puesto vitalicio.

Algunos de los eufemismos más utilizados por los académicos progresistas son los siguientes antiestatismo, sociedad civil y economía de mercado.. Para ellos, el estatismo evoca y va unido a una poderosa estructura vertical no responsable, que oprime y empobrece al pueblo y que sólo rinde cuentas a arbitrarios burócratas. Si bien no cabe duda de que algunos organismos estatales venezolanos son ineficientes y no consiguen llevar a cabo los programas del gobierno (en particular, las políticas redistributivas), también es innegable que las políticas fiscal y de propiedad pública, en particular la política energética, ha generado un incremento en la financiación de los servicios públicos (salud, educación y distribución de alimentos) para el 60% de los venezolanos de más bajos ingresos. La oposición al estatismo reúne en una extraña amalgama a liberales autoritarios de extrema derecha (Hayek, Friedman), neoliberales socialdemócratas (Blair, Giddens, Lula, Sarkozy y sus seguidores venezolanos) y anarquistas libertarios. Las principales fuentes de financiación de los think tanks, las publicaciones y las investigaciones de los críticos del estatismo son la Fundación Ford, la Fundación Ebert y una sopa de letras de acrónimos de otras instituciones de las clases dirigentes.

La demonización del Estado es lo que reúne a los ideólogos de extrema derecha y de centro-izquierda. En el nombre de la libertad antiestatista, puede florecer la voraz, irrestricta y desregulada actividad de los monopolios privados nacionales y los bancos y corporaciones multinacionales. El Estado es la única institución potencialmente capaz de contrarrestar, controlar y hacer frente a las gigantescas empresas privadas. La cuestión fundamental no es el antiestatismo sino la naturaleza de clase del Estado y su rendición de cuentas ante la mayoría del pueblo trabajador.

De todos los conceptos manejados por los académicos progresistas antiestatistas críticos del presidente Chávez, el de sociedad civil es el más hueco, como por ejemplo en la expresión “apoyo a la sociedad civil contra el Estado.”

Sociedad civil es un eufemismo para sociedad de clases. Es un concepto que oculta las divisiones de clase fundamentales, las organizaciones de clase en conflicto y las relaciones de explotación. Los académicos progresistas han adoptado una versión corrompida de los Cuadernos de la cárcel, de Antonio Gramsci, que la censura fascista entonces imperante obliga a leer entre líneas, para afirmar la existencia de una sociedad civil homogénea –sin clases sociales— opuesta al Estado (opresor).

En Venezuela, la sociedad civil dista de ser homogénea, como evidencian sus profundas divisiones de clase, polarización política y cisma entre las capas populares mayoritarias que apoyan al Estado (dirigido por Chávez) y las clases superiores. El discurso de la sociedad civil es un artefacto retórico utilizado por los burócratas de las ONG y las élites académicas progresistas destinado a camuflar su propia práctica de colaboración de clase, su apoyo al capital privado contra la propiedad pública, y que está también destinado a atraer grandes donaciones de sus patrocinadores de los centros imperiales.

Uno de los eufemismos más comunes es la referencia, por parte de los críticos progresistas y socialdemócratas de Chávez, a la economía de mercado. Se trata de otro intento de “dar una apariencia de solidez a lo que es sólo puro viento.” Los mercados han existido desde hace algunos miles de años en todo el mundo bajo una gran variedad de sociedades y economías: desde la tribal al capitalismo monopolista, pasando por la sociedad esclavista, feudal, mercantil y de capitalismo competitivo. Hay mercados locales basados en los pequeños productores y mercados mundiales dominados por menos de un millar de corporaciones e instituciones financieras transnacionales. El término economía de mercado evoca falsas imágenes de un pasado, que nunca existió, de transacciones entre productores/naciones realizadas en un plano de igualdad. La economía de mercado realmente existente está dominada por enormes monopolios multimillonarios, que compiten y cooperan entre sí, y que penetran en todas las economías no reguladas. El poder de estos conglomerados y la explotación que realizan solo puede contrarrestarse mediante estados nacionalistas o socialistas, responsables ante los movimientos organizados de clase y la planificación centralizada. Todo debate honesto y verdadero debe plantear la cuestión de las estrategias económicas y el papel del Estado y del mercado en un contexto histórico-mundial apropiado: el capital imperial, el Estado nacional, los movimientos sociales y las instituciones de clase.

Cuando se debaten en serio asuntos de participación y democracia, es preciso prestar atención no sólo a los Estados sino también a las asociaciones que influyen en la sociedad. En su discurso, los teóricos progresistas no hacen mención de la pluralidad de asociaciones, organizaciones cívicas, conglomerados de medios de comunicación, partidos tradicionales y sindicatos autoritarios, no participativos y dominados por las élites empresariales. Sus líderes son elegidos repetidamente (a veces de por vida) sin disidencia o competición, y sin consultar a sus bases.

Los académicos progresistas, además de ignorar la estructura vertical y profundamente autoritaria de las instituciones dominantes en la sociedad civil, ni siquiera plantean la cuestión de si esta pluralidad de instituciones de la élite dictatorial es compatible con la democracia. La ceguera analítica y moral de los académicos progresistas ante la dominación, profundamente enraizada, en materia de cultura, economía y sociedad por parte de las élites antidemocráticas, les impide ver la otra cara de la moneda de su preocupación unilateral por las instituciones públicas elegidas y los partidos políticos, los sindicatos y las asociaciones de barrio favorables a Chávez,

La arraigada falta de claridad de los críticos del presidente y los exponentes de la ideología liberal está íntimamente relacionada con su propio convencimiento de que si se expresasen con claridad y precisión quedaría en evidencia su defensa de los mercados capitalistas; su oposición al estatismo, como oposición a la propiedad pública; su apoyo a las instituciones elitistas autoritarias, a guisa de defensa de la sociedad civil; y su oposición al apoyo masivo de las iniciativas radicales de Chávez, oposición que enmascaran bajo el concepto de autonomía popular.

Los métodos de los críticos académicos progresistas son tan reveladores de su reaccionaria actitud política como sus lealtades de clase, apenas encubiertas. Utilizan un microscopio para detectar los fallos en el tejido de los movimientos sociales, los votantes y las políticas pro Chávez, y un telescopio para describir la flagrante intervención y colaboración a gran escala y largo plazo del Estado imperial estadounidense y sus aliados venezolanos.

Las exigencias liberales van dirigidas unilateralmente a una de las partes del proceso político. Se critica agriamente a las organizaciones chavistas, pero no a los estudiantes y profesores financiados por los organismos estatales de EE UU. Parece como si los académicos que aceptan financiación del National Endowment for Democracy (iii) no debieran tener que repensar críticamente su colaboración con una potencia imperial extranjera empeñada en destruir las instituciones democráticas. Los críticos académicos progresistas utilizan anécdotas subjetivas y chismosas, y no hechos públicos verificables, para fomentar su animadversión a Chávez. Especulan sobre la ambigüedad presidencial en relación con el resultado del referéndum, en lugar de escuchar y observar el reconocimiento inmediato y explícito del presidente Chávez de su derrota en el referéndum.

El lenguaje político del eufemismo tiene por objeto hacer que las mentiras suenen a verdad, que la explotación a manos de la clase dominante parezca respetable y que la retórica liberal-democrática tenga apariencias de solidez. Este breve inventario de eufemismos tiene por objeto desenmascarar las ideologías de un antichavismo light y estimular el avance del socialismo venezolano.

* * *
George Orwell, Politics and the English Language (1946), en Selected Writings, Heinemann Ed. Books, Londres 1958

Véase Rebelión (23.12.2007) (N. del T.)

National Endowment for Democracy (NED), organización semigubernamental estadounidense creada en 1983 por el gobierno de Reagan. Tiene un amplio historial de interferencia política en otros países, a fin de imponer regímenes favorables a EE UU. (N. del T.)
Noticia relacionada:"El proceso político en Venezuela entra en una encrucijada crítica" - E. Lander - http://www.rebelion.org/noticia.php?id=60884